---» Livros recomendados

Águas de Verão, de Alice Vieira, é uma curta viagem ao passado. A narradora recorda a sua infância e a vida no seio de uma família muito tradicionalista, formal. Um dos romances mais poéticos de Alice Vieira, esta narrativa mostra como as ideias de respeito e de bom comportamento podem inquinar a alegria de viver, se impostas de forma rígida e como simples convenções. Apesar disso, os vários irmãos desta família problemática acabam por descobrir o sabor da alegria e o prazer do divertimento na personagem de um saxofonista bem-humorado com quem travam conhecimento num hotel de termas.



Um casamento em crise: como se a baunilha e o chocolate já não combinassem tão bem como outrora... O grande "clássico" de Sveva Casati Modignani.O que se passa com Penelope e Andrea após dezoito anos de um casamento quase perfeito? A baunilha e o chocolate já não combinam? Impossível! Desde sempre, apesar do contraste de cores e sabores, fizeram uma mistura fantástica, como algumas uniões afectivas, que vão aguentando, aguentando, como que levadas por um vento milagroso. Mas o vento, às vezes, deixa de soprar...Inesperadamente, Andrea revela-se protagonista de inúmeras escapadelas mal escondidas e o seu comportamento, por vezes, é tão infantil e egoísta que Penelope decide oferecer-lhe um presente: deixá-lo sozinho a lidar com os três filhos e com as inúmeras tarefas domésticas, que até agora pesavam única e exclusivamente sobre os seus ombros. Quanto a ela, refugia-se na casa da família em Cesenatico. A separação revela-se, para ambos, um desafio cansativo e, por vezes, angustiante, mas a verdade acabará por vir ao de cima: o amor que os uniu continua vivo...


Livro recomendado para os 7º, 8º e 9º anos de escolaridade, destinado a leitura autónoma.
Esta estranha história passa-se no século XVIII e é fruto de um extraordinário trabalho de reconstituição histórica que consegue captar plenamente os ambientes da época tal como as mentalidades. O protagonista é um artesão especializado no ofício de perfumista, e essa arte constitui para ele - nascido no meio dos nauseabundos odores de um mercado de rua - uma alquímica busca do Absoluto. O perfume supremo será para ele uma forma de alcançar o Belo e, nessa demanda nada o detém, nem mesmo os crimes mais hediondos, que fazem dele um ser monstruoso aos nossos olhos. Jean-Baptiste Grenouille possui no entanto uma incorrupta pureza que exerce um forte fascínio sobre o leitor. O Perfume, publicado em 1985, de um autor então quase desconhecido, foi considerado um dos mais importantes romances da década e nunca mais deixou de ser reeditado desde então, totalizando os 4 milhões de exemplares vendi dos, só na Alemanha, e 15 milhões em países estrangeiros. Foi traduzido em 42 línguas. Este fenómeno transformou-o num dos mais importantes livros de culto de sempre. Em 2006, O Perfume passa a ser uma longa-metragem inspirada no romance de Patrick Süskind.



Portugal, anos 30. Salazar acabou de ascender ao poder e, com mão de ferro, vai impondo a ordem no país. Portugal muda de vida. As contas públicas são equilibradas, Beatriz Costa anima o Parque Mayer, a PVDE cala a oposição.
Luís é um estudante idealista que se cruza no liceu de Bragança com os olhos cor de mel de Amélia. O amor entre os dois vai, porém, ser duramente posto à prova por três acontecimentos que os ultrapassam: a oposição da mãe da rapariga, um assassinato inesperado e a guerra civil de Espanha.
Através da história de uma paixão que desafia os valores tradicionais do Portugal conservador, este fascinante romance transporta-nos ao fogo dos anos em que se forjou o Estado Novo.
Com A vida num sopro, José Rodrigues dos Santos traz o grande romance de volta às letras portuguesas.


Certa noite de Verão, em Odense, na Dinamarca, o jovem Hans Christian Andersen, então com onze anos, reparou que estava a nevar em casa do vizinho alfaiate; e não era uma partida da sua imaginação. O que seria, então? Soube-se, depois, que o misterioso Senhor das Neves encomendara um manto ao alfaiate e, como ele não ficou pronto a tempo, zangou-se e levou-lhe a alma. Foi assim que Hans partiu em busca do reino do Senhor das Neves, algures no Lado de Lá, para entregar o manto acabado de fazer e recuperar a alma do alfaiate. O Lado de Lá... Tudo tem um outro lado, mas são poucos os que acreditam nele e menos ainda os que o conseguem alcançar. Hans acaba de lá chegar; e o seu melhor conto, porque foi vivido, vai começar. Não chega imaginar, é preciso viver. Mas é a ele ou ao outro, o rapaz do espelho, que tudo isso está a acontecer?

1 comentário:

  1. Um livro destes recomendado a meninos de 7ª ano???Fico chocada! Li-o aos 20's e ainda hoje fico arrepiada com tanta imagem guardada pelo livro!Um livro assombroso..É um livro que prende a atenção do leitor, é fácil de ler e é entusiasmante. Por outro lado, tem partes um pouco exageradas. É no geral um livro muito interessante para idades superiores a 12/13 anos, bastante distinto de todos os outros, que nos ensina várias coisas sobre cheiros e odores, e que nos faz compreender como o comportamento da sociedade e de todos os que nos rodeiam, nos consegue marcar imenso. Neste caso, posso concluir que Jean, desprezado pela sociedade, comprometeu-se a criar um perfume único, de uma maneira cruel, para chamar a atenção e para ser reconhecido pela sociedade.
    Para finalizar, penso que a história é tão envolvente e tão perturbadora, que nos esquecemos realmente que ele é um assassino...mas não é!
    Marcou-me enquanto leitora. A riqueza da sua escrita e o mundo que retratava ficaram-me na memória, e por lá hão-de permanecer. O impacto do livro foi de resto enorme...mas nunca o recomendaria a menores!Livros de histórias de serial killer, um assassino com um talento extraordinário..não lhe tiro o mérito.. até porque é um livro de referência que absorve o leitor em todas as linhas..
    A primeira e mais simples de descrever, é a originalidade do livro. Este talvez seja o único cuja descrição das personagens e dos lugares e de tudo o que rodeia a história não é uma descrição visual, mas sim uma descrição olfactiva. E esse o início da grande genialidade do livro... Com devem saber, o olfacto é o sentido mais primário do ser humano, o mais animal e irracional. Mesmo sem o sabermos, sem nos darmos conta, é através do olfacto que nos relacionamos com as outras pessoas, é através do olfacto que nascem e crescem todas as nossas emoções, é através do olfacto que a nossa memória funciona, e todo o nosso universo humano se movimenta. Inconscientemente,irracionalmente, livremente…E este é o único livro que eu conheço que se movimenta nesse universo irracional e puro. E por isso o livro tem esse poder de nos hipnotizar irracionalmente, porque ao nos descrever os odores, a nossa memória imediatamente é activada e a nossa imaginação se deixa embrenhar pelas situações, pela envolvência da história…mas demasiado forte para ser recomendado a alunos de terceiro ciclo!

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